A Síndrome de Burnout, um estado de esgotamento físico e mental decorrente do excesso de trabalho e do estresse crônico, já era uma preocupação antes da pandemia de COVID-19. No entanto, com a chegada da pandemia, as implicações emocionais dessa condição se tornaram ainda mais evidentes, afetando pessoas em todo o mundo de maneiras profundas e duradouras. Vamos compreender a necessidade de maior conscientização e apoio emocional dessas pessoas que sentiram que a sobrecarga influenciou diretamente na sua qualidade de vida e intervindo em sua saúde mental.
A Síndrome de Burnout, muitas vezes chamada de "esgotamento profissional", é caracterizada por sintomas como exaustão física e emocional, despersonalização, sentimentos de negativismo, relacionados ao trabalho, sensação de redução da eficácia profissional, o que muitas vezes pode vir acompanhada de culpa. Antes da pandemia, as altas demandas, a pressão constante e as longas jornadas de trabalho já eram fatores de risco para essa condição. Entretanto, a pandemia trouxe desafios adicionais que agravaram esses fatores.
Com a pandemia, a vida profissional e pessoal se entrelaçou de maneira inédita. Trabalhar em casa, lidar com medidas de isolamento social e a incerteza econômica tornaram as fronteiras entre trabalho e vida pessoal ainda mais tênues. Isso resultou em um aumento significativo do estresse e da ansiedade para muitos, levando a um risco maior de desenvolver Burnout.
A pandemia trouxe uma maior conscientização sobre a importância da saúde mental.
Tem havido uma maior consciência em torno do equilíbrio entre trabalho, abrindo espaço para discussões cruciais sobre as implicações emocionais.
À medida que a pandemia é controlada e as atividades econômicas se normalizam, enfrentamos o desafio de acalmar as repercussões emocionais duradouras. Muitos ainda estão se recuperando do estresse acumulado ao longo da pandemia, e as empresas precisam se adaptar para oferecer ambientes de trabalho mais flexíveis e de apoio emocional.
A Importância do Autocuidado e da Resiliência
Para combater o Burnout, é fundamental que as pessoas aprendam a praticar o autocuidado e a resiliência. Isso inclui estabelecer limites saudáveis, buscar apoio emocional quando necessário e manter um equilíbrio entre trabalho e vida pessoal. As empresas, por sua vez, devem promover uma cultura de apoio e cuidado com a saúde mental de seus colaboradores.
A Síndrome de Burnout é um problema sério que afeta trabalhadores em todo o mundo, e a pandemia apenas agravou suas implicações emocionais. À medida que nos recuperamos da crise global, é fundamental que a sociedade, as empresas e os indivíduos reconheçam a importância de abordar o Burnout e promover a saúde mental. Somente assim poderemos construir um futuro em que as pessoas possam aperfeiçoar e enfrentar os desafios com resiliência e equilíbrio emocional.
Autoconhecimento: Reconheça os sinais de estresse e Burnout em si mesmo, incluindo sintomas físicos e emocionais
Estabelecimento de Limites: Defina limites claros entre trabalho e vida pessoal, aprenda a dizer não quando necessário e evite sobrecarregar-se com tarefas excessivas.
Autocuidado: Reserve tempo regularmente para atividades que promovam relaxamento e bem-estar, como meditação, exercícios físicos, hobbies e socialização.
Rotina Equilibrada: Mantenha uma rotina que inclua tempo para trabalho, descanso e lazer. Estabeleça horários definidos para o início e o término do trabalho.
Comunicação Aberta: Converse com pessoas do local onde trabalha que possam lhe apoiar ou possam lhe ajudar a pensar em estratégias melhores diante das tarefas que possui dificuldade. A comunicação aberta pode levar a ajustes nas tarefas e nas expectativas.
Metas Realistas: Reconheça suas limitações e aceite que é normal não conseguir fazer tudo. Defina metas que sejam realistas para você. Evite a busca incessante pela perfeição. É importante aceitar que não é necessário realizar tudo, e está tudo bem não alcançar a perfeição em todas as tarefas.
Manter Conexões Sociais: Mantenha-se conectado com amigos e familiares, pois o apoio social é essencial para reduzir o estresse e promover o bem-estar emocional.
O diagnóstico da Síndrome de Burnout é um processo que deve ser conduzido por profissionais de saúde mental qualificados. Tentar se autodiagnosticar pode ser desafiador e até prejudicial. Os sintomas de estresse e exaustão podem, às vezes, ser confundidos com outras condições médicas e emocionais, e apenas um profissional de saúde tem a experiência necessária para realizar uma avaliação precisa. Portanto, em vez de tentar se autodiagnosticar, convido você a considerar buscar ajuda e apoio se estiver enfrentando sintomas de estresse crônico relacionados ao trabalho. Há uma comunidade de apoio pronta para oferecer assistência e orientação, e você não está sozinho nessa jornada.
Um grande abraço,
Mariana Branco
Psicóloga Clínica
CRP: 06/118246
Referências: OMS (Organização Mundial de Saúde), 2019. https://www.paho.org/pt/noticias/28-5-2019-cid-burnout-e-um-fenomeno-ocupacional
RAMOS, Franciele Cristina Oliveira;SÍNDROME DE BURNOUT: INTERVENÇÕES PSICOLÓGICAS EM ATIVIDADES DE HOME OFFICE NO PERÍODO DA PANDEMIA.2022https://dspace.doctum.edu.br/handle/123456789/4442
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