À medida que as luzes brilham e o ano se despede, muitos de nós enfrentam um turbilhão de emoções.
À medida que as luzes brilham e o ano se despede, muitos de nós enfrentam um turbilhão de emoções. O final do ano, embora repleto de festividades, pode trazer consigo uma complexidade emocional que nem sempre é compartilhada abertamente. Muitos sofrimentos calados, e a dor acaba sendo silenciada diante da grande correria dos eventos festivos. Não é incomum que as pessoas se queixem de esgotamento nessas épocas.
Os encontros com familiares, com amigos ou mesmo em as confraternizações em ambientes de trabalho podem trazer uma certa pressão e causar momentos delicados nessas épocas. Alguns desses encontros podem ser momentos de conexão e conforto. Para outras pessoas isso pode desencadear sentimentos de ansiedade, estados depressivos e até evocar memórias dolorosas. Esses indivíduos podem experimentar dificuldades em lidar com expectativas sociais, sentir-se deslocados ou enfrentar desafios ao tentar estabelecer conexões profundas.
A Expectativa e a Realidade:
O contraste entre a expectativa de celebração e a realidade muitas vezes cria um terreno delicado para as nossas emoções. A pressão social para a alegria e a felicidade pode intensificar sentimentos de solidão, ansiedade e até mesmo tristeza para aqueles que estão enfrentando desafios emocionais.
A Pressão do "Dever Ser":
A ideia de "dever ser feliz" durante as festividades muitas vezes nos coloca em um dilema emocional. As redes sociais muitas vezes nos mostram imagens de alegria e harmonia, criando um padrão inatingível que pode fazer com que muitos de nós se sintam inconvenientes ou isolados.
Refletindo sobre as Perdas:
O final do ano pode servir como um lembrete doloroso das perdas que enfrentamos ao longo do tempo. A ausência desses queridos, mudanças significativas na vida ou simplesmente o peso do ano podem amplificar o impacto emocional, tornando esse período desafiador para muitos.
A Importância do Autocuidado:
Em meio a essa complexidade emocional, é crucial priorizar o autocuidado. Reconhecer e validar nossas emoções, dar-se permissão para sentir e buscar apoio quando necessário são passos essenciais. O comprometimento emocional durante o final do ano não significa fraqueza; é um reflexo de nossa humanidade compartilhada e um movimento interno de muita maturidade e conexão consigo mesma.
Despertar para o Momento Presente:
Às vezes, a pressa das festividades nos impede de viver verdadeiramente o presente. Permita-se sentir, talvez possa ser algo que precisemos aprimorar. Conecte-se com aqueles que compreendem e apoiam você. A verdadeira magia muitas vezes reside na acessibilidade das nossas emoções autênticas.
Abraçar a Diversidade Emocional:
Assim como cada estação traz sua própria beleza, cada emoção tem seu propósito. A tristeza, a solidão e a nostalgia são tão válidas quanto a alegria e a celebração. Ao abraçar a diversidade emocional, construímos uma base sólida para o crescimento e a cura.
Na última análise, este é um convite para uma jornada de conforto, facilidade e autocuidado. Em vez de buscar a perfeição, buscamos a conexão óbvia com nossas emoções e com aqueles ao nosso redor. Que este final de ano seja marcado não apenas por celebrações externas, mas por uma celebração interna de compreensão, compaixão e cura.
Um grande abraço,
Mariana Branco
Psicóloga Clínica/Hospitalar
CRP: 06/118246
Bibliografias
Bowlby, J. Formação e rompimento de laços afetivos.Trad Álvaro Cabral. São Paulo: Martins Fontes, 1997.
BOWLBY, John. Apego e perda: separação - angústia e raiva. Tradução de Leônidas Hegenberg e Octanny S. da Mota. 4. ed. São Paulo: Martins Fontes, 2004.
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